testemunhos

Relato da Mamã Ana


A Maternura para mim é um estado de espírito – paz. É sempre o que eu sinto quando entro lá, vejo os bebés a brincar, falo com as mulheres-guardiãs que lá trabalham e olho para a salinha, pátio e jardim repletos de brinquedos e sol.
A paz que sinto foi-se construindo e cimentando a cada visita que fiz, primeiro grávida e, depois, já com o meu bebé ao colo. E é precisamente ao colo que, nós mães, nos sentimos lá. É uma estranha e bem-vinda inversão de papéis. A Maternura dá colo aos nossos bebés, sim, mas também nos dá colo a nós, mães, que tanto necessitamos dele. Dá-nos colo ao partilhar e aceitar os nossos medos e inseguranças, ao criar empatia connosco, ao abrir-nos as portas ao seu espaço e liberdade para convivermos todos juntos na difícil adaptação que é deixar o nosso bebé a cargo de outras pessoas. 
A Maternura permite-nos ser a melhor mãe que podemos ser.

Com amor e gratidão,

Ana e Xavier
22.11.2013
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Relato da Mamã Catarina


Começo por referir que a Clara é a minha segunda filha que nasceu dois anos e meio depois do nascimento da Alice. Ora, quando nasceu a Alice eu estava desempregada e pude ficar com ela até aos dez meses, dando-lhe toda a atenção que um bebé merece. Já quando nasceu a Clara, eu estava a trabalhar com uma ocupação muito intensa, que me exige uma grande dedicação.

Angustiava-me imenso ter que ir trabalhar deixando a Clara, apenas com 5 meses (não foi possível ficar mais tempo), numa qualquer instituição, onde permanecem muitos bebés, praticamente, todo o dia numa única divisão, sentados em espreguiçadeiras, em ambientes assépticos de sujidade, mas também de carinho, onde o ponto alto do dia do bebé é a mudança da fralda onde conquista um "tété" mais ou menos forçado. Não foi isso que dei à Alice e também não era isso que queria para a Clara.

Eu sonhava encontrar um lugar onde a criança pudesse despertar para o mundo, com muito colo, muita liberdade e muitas experiências novas. Um lugar onde se soubesse que é uma grande chatice ser-se um bebé e estar todo o dia à espera que alguém nos leve onde queremos ir. Um lugar onde se sentisse o sol no rosto, um lugar que cheirasse a natureza, um lugar onde mais importante que ficar-se limpo todo o dia , fosse ser-se feliz. Um lugar próximo das memórias que tive em criança, na casa das minhas avós... Talvez por tanto sonhar esse lugar, ele apareceu exactamente assim, na Maternura!

Um dia, na montra de uma loja,  vi um papel com esse nome revelador: MATERNURA! Um nome que junta a melhor e mais natural combinação do mundo: Maternidade e Ternura... Fez-se um clic... liguei, fui lá e encontrei:

a Cláudia, essa mulher sábia e tranquila, capaz de dar um colo bem cheio e de partilhar toda a sua sabedoria em palavras simples; os outros anjos que tomam conta dos nossos anjinhos, como a Miriam e a Lili, que com palavras doces, olhares meigos e gestos tranquilos acarinham os nossos bebés; uma casa linda, cheia de sol, com um pátio onde todas as manhãs de primavera ou de verão, quando chego e vejo uma bela mesa com uma toalha aos quadrados, sob uma agradável sombra, onde alguém toma o pequeno-almoço, apetece-me sentar e ficar por ali, toda a tarde na conversa; uma casa cheia de vida onde as nossas crianças se integram numa alegre família de outras três crianças (um pouco mais crescidas), dois cães e dois gatos...; Um espaço onde o tempo corre devagar e tranquilo, seja na eira, ou no jardim, onde árvores antigas dão sombra aos nossos bebés que gatinham sobre grandes passadeiras, aproveitando os dias de sol; Uma horta onde os nossos pequenos agricultores podem sujar as mãos e provar o sabor da terra; Um espaço onde comer não é um momento de ansiedade e pressa, mas mais uma oportunidade para descobrir com todos os sentidos o que é essa bola verde que se chama ervilha; Um lugar cheio de colos onde as crianças não são pequenos imperadores, nem bonecos, nem chatos, nem estranhos, nem birrentos.... são apenas miúdos! Um lugar onde as crianças podem crescer seguras, onde aprendem a acreditar nelas, nos outros e no mundo! A Maternura é tudo o que um bebé precisa para ser Feliz! A minha Clara é Feliz ali e, logo, eu sou Feliz com ela. E porque eu me sinto feliz com a Maternura, a Clara também se sente feliz por lá estar!

Catarina (mãe da Clara)
25.11.2013


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Relato da Mamã Paula



A Maternura é prós meninos e prós crescidos. É boa prós filhos e prós pais.
Não é só pelas coisas como yoga e massagens e outrs mimos para a gente grande. É especialmente porque chegamos lá e sentimo-nos bem-vindos e é impossível sair ao fim de 5 minutos, sem “perder” um bocadinho mais a brincar com os pequenos ou a falar com as crescidas.
Não sei o que mais gosto na Maternura, gosto de tudo. 
A calma e a paz que as crescidas (Lili, Paula, a Miriam que foi “pa cája”), a Cláudia trasmitem e usam no cuidado das crianças.
Gosto da atenção que cada miúdo tem, na sua individualidade, gosto que tenham liberdade para fazer os seus horários sem pressões exageradas…que lhes seja dada a liberdade para comer sem stress. A Alice e os outros meninos são felizes lá. Vê-se.
O espaço exterior. 
Não é um sítio cheio de sol com bolas e triciclos abandonados. É um sítio que, à mínima réstia de sol, se enche (ou não, nos dias com menos meninos) de miúdos contentes a brincar…mesmo que não liguem nada aos triciclos e os deixem mesmo abandonados.
Deixo a Alice na Maternura com a mesma confiança que a deixo na casa da minha mãe. E é mesmo muita confiança.
Sou fã da Maternura. Não sei quanto de Maternura há na Alice e na minha família, mas é uma percentagem que faz bem. E que tem um grande contributo para que ela seja a criança feliz, confiante e independente que é.

Paula (mãe da Alice)
18.11.2013
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Relato da Mamã Rosa




A Maternura foi essencial para que eu me tornasse a mãe que sou hoje. Tive meu primeiro filho longe do meu país, da minha família e das minhas amigas mães. Ainda lembro do meu primeiro contato com a Cláudia ao telefone. Ela me perguntou o motivo do contato e eu respondi: “Eu acabei de ter um filho e não estou bem”. O retorno que tive já ao telefone foi acolhedor. A maternura e a Claudia foram o meu apoio na amamentação e nos primeiros meses com meu filhote. Esse apoio veio através das conversas, das sessões de massagem, das sessões de ioga com a Zinda, dos encontros com as outras mães que por lá passavam. Além disso, descobri na Maternura o local ideal para deixar o meu Felipe quando retornei ao trabalho. Sentia-me completamente segura ao deixar o Felipe lá porque o sentia feliz. A Maternura deu colo a mim e ao Felipe. Quando Felipe fez 6 meses nos mudamos para a França. Sair de Portugal foi muito difícil, mas sair do Maternura foi muito mais difícil. Até hoje sinto saudades e me emociono ao escrever essa mensagem.

Rosa (mãe do Felipe)
26.11.2013 
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Relato da Mamã Ana




Nós chegámos à Maternura via … enviesada … mas acho que foi mesmo via Zé Valinhas! Procurávamos um local para deixar o Gabriel um/dois dias por semana e que fosse um “prolongamento” da nossa casa, que nos deixasse (família) completamente tranquilos! Quando fomos visitar a Maternura pela primeira vez, o Gabriel tinha um mês, e houve duas coisas que nos encantaram logo: a atenção e cuidado que tiveram com ele (baixaram luminosidade, puseram a tocar muito baixinho uma música tranquila) e o carinho que tiveram connosco quando transmiti a minha insegurança e nos deram dicas de como (o/nos) acalmar quando o Gabriel chorava. Nesse mesmo dia a Cláudia, com a serenidade que lhe é característica, pegou nele com toda a ternura e o Gabriel ficou calmamente ao seu colo. Quando tivemos necessidade de deixar o Gabriel, já com seis meses, a transição foi fácil! Pude ficar durante 15 dias a trabalhar na Maternura e acompanhar esse processo de perto! Não há nada mais reconfortante do que vivê-lo de uma forma tão presente! Mas o que me pareceu mais espantoso foi perceber logo no primeiro desses dias que tinha ficado uma ligação, uma memória desde a nossa primeira visita: o Gabriel não estranhou o espaço, nem as "maternuras cuidadoras", nada!! A empatia estava, então, criada desde o primeiro contacto! Na Maternura somos sempre recebidos com um sorriso, e há sempre tempo para nos ouvirem e perguntarem sobre nós – pais - e, claro, sobre o Gabriel! Os ritmos do Gabriel, e de todos e de cada um dos meninos, são tidos em consideração e isso é a garantia de que são tratados com respeito e equilíbrio! Sentimo-nos completamente sossegados quando o deixamos de manhã e bem-aventurados quando o vamos buscar, porque percebemos que ele está, de facto, em casa! A Maternura é isto: a casa dele, a nossa casa! Fica(mos) tranquilo(s) e vem(vimos) feliz!

Ana, mãe do Gabriel
Dez. 2013


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Relato de uma Mãe

Quando cheguei às mãos carinhosas da Cláudia e da Maternura, estava já muito cansada e muito triste. Tinha sido mãe pela primeira vez há alguns meses e o meu bebé era aquilo a que poderíamos chamar um bebé «difícil»: dormia muito pouco de cada vez (meia hora, no máximo), tinha um choro incessante que só conseguia acalmar (às vezes…) recorrendo a técnicas mirabolantes como o som de aparelho eléctricos e parecia precisar de colo o tempo todo, porque se recusava gritando a plenos pulmões o berço, o carrinho de bebé e as cadeirinhas-baloiço. 
Nunca tinha recorrido a terapia de qualquer espécie, mas naquele momento, arriscar pareceu-me a decisão mais sensata a fazer. E ainda bem que o fiz. Posso dizer que as tais mãos carinhosas da Cláudia e o espaço acolhedor da Maternura me deram o conforto e a segurança que eu precisava para me vincular ao meu bebé, coisa que não acontecera durante o parto hospitalar muito pouco respeitado que tivemos e que motivou em grande parte, na minha opinião, os meses difíceis que se seguiram. 
Sessão após sessão, a Cláudia escutava-me e envolvia-me na bolha reconfortante da sua empatia. Também ajudava a desconstruir alguns mitos que atormentam muitos dos jovens pais. Nunca me esquecerei da resposta dela à minha afirmação: «Ele só adormece ao colo!». Resposta da Claúdia: «Sim, os bebés precisam de colo. Todos os bebés que temos na Maternura são adormecidos ao colo.» Na altura, esta verdade simples e ancestral foi uma revelação para mim. Passei a não me revoltar com o tempo que passava com o meu bebé ao colo, passei a não contar as vezes que ele acordava de noite e passei, mais importante do que tudo, a confiar mais no meu bebé do que em quem quer que seja. 
Aquilo que eu aprendi com a Cláudia é que o nosso bebé conduz-nos ao caminho mais harmonioso que podemos percorrer juntos se estivermos atentas ao que ele nos diz, calmas e seguras no nosso papel de mãe. Não aconteceu de um dia para o outro, mas aconteceu. E quando aconteceu, foi (e ainda é) a melhor coisa do mundo. 
A.P.  
Dezembro 2013

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